Brad Pitt Acende a Febre da Fórmula 1 na Coreia do Sul
2 Setembro 2025O filme “F1: O Filme”, estrelado por Brad Pitt, parece ter acendido uma paixão inesperada pela Fórmula 1 na Coreia do Sul, um país tradicionalmente menos ligado ao automobilismo. Cinemas, que andavam vazios, de repente se encheram de espectadores ansiosos, com as sessões em 4DX esgotando rapidamente. O sucesso do filme gerou uma onda de especulações sobre a possível entrada de empresas sul-coreanas, como a Hyundai e a Hankook, no universo da F1.
Inicialmente, eu, o repórter que cobre o setor automotivo, estava cético em relação ao filme, temendo que a trama fosse superficial. Mas as reações de quem assistiu me surpreenderam. Um amigo descreveu-o como “o filme com o enredo mais clichê de Brad Pitt, mas o mais divertido”. Outros comentavam que saíram do cinema com vontade de correr, mas precisando “se acalmar” para dirigir de volta para casa.
A Experiência Imersiva no Cinema
Convencido pelo entusiasmo do público, decidi ver o filme. A recomendação era clara: 4DX. Mas conseguir um ingresso foi um desafio. As sessões estavam completamente esgotadas, e só consegui um lugar na semana seguinte.
A imersão do filme é surpreendente, em grande parte, pelo realismo. Brad Pitt treinou por meses com um ex-campeão da Fórmula 2, chegando a dirigir a 290 km/h, e realizou a maioria das cenas de corrida pessoalmente. Cada detalhe da atuação de Pitt, como a forma como ele olha para a próxima curva, demonstra um nível de autenticidade que diferencia a experiência de simplesmente assistir a um filme em uma cadeira 4DX que se move. O som dos motores e dos pneus, combinado com a trilha sonora de Hans Zimmer, intensifica a adrenalina.
O mais fascinante foi observar o público. Eles se moviam e reagiam como se estivessem dentro dos carros. A cada colisão, curva perigosa ou acidente, era possível ver a reação física nas cadeiras. Parecia que todos, de fato, estavam participando da corrida.
O Impacto Além das Telas
O filme continuou popular por dois meses, acumulando mais de 4,7 milhões de ingressos vendidos desde a estreia. A crítica e o público o aclamaram, com notas altíssimas em plataformas como o Naver. As avaliações dos espectadores destacavam a emoção do filme, a dedicação dos pilotos e o trabalho em equipe, mesmo para quem não era fã de F1.
Esse sucesso nas telas se estendeu para as livrarias. As lojas criaram seções especiais de livros sobre automobilismo, vendendo títulos como “Dicionário de F1 1111”, “História da F1 em Imagens” e “Aerodinâmica dos Carros de F1”. Embora a variedade de autores e livros ainda seja limitada, a demanda é um sinal claro da nova paixão nacional.
Uma Lição de Vida, Velocidade e Recomeço
Além da ação e da velocidade, “F1: O Filme” também é uma história sobre superação e recomeço. O enredo, que pode parecer clichê, é magistralmente executado. O filme acompanha Tony Hayes, um ex-piloto que, após um acidente, vive à beira da aposentadoria. Sua carreira está parada há anos, e a vida dele parece estar em marcha a ré. Mas, no momento em que ele pensa em desistir, surge a chance de um retorno.
Essa nova oportunidade o força a confrontar seus medos e a decidir se vale a pena arriscar tudo de novo. O filme não apenas mostra as corridas, mas a luta interna de um homem para provar a si mesmo que ainda pode ser uma lenda. As cenas de corrida são intensas, mas a verdadeira batalha acontece dentro da mente de Tony.
Em meio a toda a velocidade, o filme deixa uma mensagem poderosa: a vida não para quando você cai. A verdadeira falha é desistir. Enquanto houver um sonho, ainda há tempo para recomeçar. No final, o filme nos convida a refletir: você está pensando em desistir ou pronto para se levantar e recomeçar? E sussurra: “Ainda não acabou. Este pode ser o verdadeiro começo.”