Petrobras iniciará produção de hidrogênio verde em 2026 no RN
7 Julho 2025Estatal investirá R$ 90 milhões em projeto-piloto com foco em energia limpa e sustentável
A Petrobras deu um passo importante em sua estratégia de transição energética ao anunciar que começará a produzir hidrogênio verde a partir do primeiro trimestre de 2026. O projeto-piloto será implementado em Alto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte, onde a companhia já possui uma usina termelétrica a gás natural.
Com um investimento estimado em R$ 90 milhões, a iniciativa utilizará a energia solar gerada no próprio complexo da estatal, cuja capacidade será ampliada para atender às novas demandas. A planta solar existente na região do Vale do Açu passará de 1,1 MW para 2,5 MW, energia suficiente para abastecer o sistema de eletrólise da água — tecnologia essencial para a produção do hidrogênio verde.
De acordo com a Petrobras, a unidade terá como principal função realizar testes com o combustível limpo em diferentes aplicações, como na geração de energia elétrica e na mistura com o gás natural utilizado nas termelétricas. As primeiras avaliações serão feitas por meio de microturbinas em fase de desenvolvimento pela própria estatal.
Segundo Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da empresa, essa iniciativa representa apenas o início de um plano mais amplo voltado para futuras operações comerciais com hidrogênio sustentável. A produção por meio de eletrólise utilizando energia solar permite a redução expressiva na emissão de gases poluentes, além de aproveitar recursos renováveis abundantes no território brasileiro.
Em abril, a Petrobras já havia divulgado planos para dois projetos-piloto relacionados ao hidrogênio renovável — um no Nordeste e outro no Sudeste. Atualmente, a empresa é a maior consumidora de hidrogênio do Brasil, mas seu uso ainda está limitado ao insumo produzido a partir do gás natural, o que implica maior impacto ambiental.
Entenda o que é o hidrogênio verde
O hidrogênio é o elemento mais comum da natureza, mas raramente é encontrado isoladamente. Para ser obtido de maneira sustentável, é necessário separá-lo por meio de métodos considerados limpos — como a eletrólise da água alimentada por fontes renováveis de energia, como o sol. Quando esse processo ocorre sem a emissão de carbono, o combustível é classificado como “hidrogênio verde”.
Cada país estabelece seus próprios critérios para definir o que é hidrogênio verde com base nos limites de emissão de dióxido de carbono durante a produção. No Brasil, as diretrizes oficiais estão previstas para entrar em vigor a partir de dezembro de 2030.
Especialistas apontam o hidrogênio verde como uma das alternativas mais promissoras para a descarbonização da matriz energética global. Ele pode substituir fontes fósseis em diferentes setores da economia, ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas e a reduzir os impactos do aquecimento global.
Com essa iniciativa, a Petrobras sinaliza sua intenção de se posicionar como protagonista na transição energética brasileira, ao mesmo tempo em que busca explorar novas oportunidades de mercado com combustíveis de baixo carbono.